Tagine de batatas, espargos e ervilhas

Ao contrario da maioria das pessoas eu não sou viciada em viagens. Como sabem gosto muito de cozinhar receitas de vários continentes, mas só mesmo cozinhar. Já comentei várias vezes com amigos, que se me oferecessem a possibilidade de dar a volta ao mundo, recusaria. Ou antes, faria uma contra proposta e escolheria uns 5 países onde fazer férias, somente lá, até ao resto da minha vida. 

Claro que gosto de passear e passar férias como todas as pessoas do mundo. Mas não me cativa ir a países só por ir, ou só para dizer que fui, tirar a foto da praxe e depois voltar com um vazio no coração. O mesmo acontece com a musica, sou capaz de ouvir o mesmo álbum, durante um ou dois meses seguidos, sem me fartar.

Esta sou eu, não consigo gostar, só amar! Sou assim, um pouco com tudo na minha vida, inclusive com os países. 

No entanto, lembro-me desde a adolescência de ter uma grande vontade de visitar Marrocos. É aqui ao "lado" e até é um destino em conta. Mas as informações negativas acerca deste país, fizeram-me desistir vezes sem conta. Fui à Tunísia, gostei! Mas achei que faltava mais qualquer coisa. Lá consegui dar a volta ao meu Marmito (que não gosta muito da cultura árabe) e rumámos a Marrocos há dois anos. Escusado será dizer que foi a viagem da minha vida, adorei tudo... tive alguns azares na parte da alimentação, mas é normal e faz parte da aventura. 

Para quem não sabe tagine é o nome do prato gastronómico tradicional em diversos países árabes do norte de África. É também, o nome da panela especial utilizada na sua confecção. Esta resiste a temperaturas elevadas de cozedura e é dotada de uma tampa cónica, concebida de forma que todo o vapor condensado volte para o fundo da panela. Sem a tampa, a base pode ser levada para a mesa para o prato ser servido.

Infelizmente, nunca consegui comprar uma tagine, a vontade era muita mas para além de serem grandes, são muito pesadas para uma mala que só pode trazer vinte e poucos quilos. Acabei sempre por optar em trazer outras coisas que adoro e não se encontram cá à venda, mas a tagine foi ficando na minha lista de compras. 

Também já se conseguem encontrar algumas por cá à venda, mas sempre pensei que com uma panela normal o resultado seria o mesmo. Na verdade fica bom, podem comprovar neste post que fiz o ano passado. Mas cozinhar com uma tagine, tem toda uma magia e foi para mim, foi uma experiência fantástica a repetir.


Hoje, apresento-vos a tagine da Le creuset, não é linda? Estou perdidamente apaixonada, tanto que a tenho em exposição na minha cozinha, em vez de estar dentro do armário junto às restantes panelas cá de casa.

Dificilmente poucos devem ser os amantes de cozinha/foodies, que não conhecem esta marca. Estas panelas são usadas em muitos programas de TV e livros de culinária de chefs conhecidos, são uma perdição. É uma marca super resistente e com peças lindas de morrer e com cores que deixam qualquer um apaixonado.

Nos próximos meses, mostrarei as minhas peças preferidas desta marca. Podem consultar aqui algumas se ficarem curiosos. 

Agora chega de conversa e vamos à receita, que foi retirada deste livro que amo, como já era de esperar.

Ingredientes: (4 pessoas)
2 colheres de sopa de azeite
400 g de batatas pequenas com a pele
1 cebola 
4 dentes de alho
2 talos de aipo
8 espargos
3 colheres de sopa de azeitonas (usei com caroço)
1 colher de chá de gengibre
1 colher de chá de coentros em pó
1/2 colher de chá de Ras el Hanout (ou outra especiaria que goste)
sal q.b.
pimenta e mostarda de moer
250g de ervilhas congeladas
água q.b.
2 colheres de sopa de coentros frescos picados
1/2 preserved lemon (ou sumo+raspa de 1 limão)
1 1/2 de menta picada

Coloque a tagine ou uma panela em lume médio com o azeite, adicione as batatas com a casca e previamente lavadas, a cebola picada, os alhos picados e cozinhe entre 2 a 3 minutos. Junte o aipo, as azeitonas, o preserved lemon (caso não tenha, ignore esta parte) e deixe cozinhar por mais 2 a 3 minutos.


Adicione o gengibre, o coentro em pó, o ras el hanout, o sal, a pimenta e a mostarda de moer e por fim, as ervilhas. Regue com a água natural, suficiente, para cobrir os ingredientes e deixe levantar fervura. Assim que começar a ferver, baixe o lume, tape e deixe cozinhar por 15 minutos ou até os vegetais ficarem tenros. 

Junte os coentros e a menta picados grosseiramente e retire a tampa. Cozinhe por mais 10 minutos ou até o molho reduzir, sem deixar de mexer para que não se pegue ao fundo da tagine.

Se não usou o preserved lemon, adicione  agora o sumo do limão, salpique com mais umas gotas de azeite e sirva.

Pode acompanhar com um couscous, aromatizado ou simples.


19 comentários:

  1. Fiquei absolutamente fascinada com as fotos deste Post! Estão lindas!
    O senhor cá de casa partilha dessa mesma opinião do Marmito! E agora com o pequeno é que nem pensar... Valha-me estes posts para me encantar!
    Um beijinho.

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  2. Não gosto muito de dizer "ah és tal e qual como eu", mas a verdade é que viajar não me cativa muito. Já fui a Moçambique (o mais longe que viajei) e sinceramente nao fosse a água quente, pouco mais me interessou. Apenas as Vitória Falls, no Zimbábue, fizeram as minhas delícias. Nesse tempo não ligava muito à cozinha, por isso não trouxe nada, para além de uns objectos de madeira. Se fosse hoje de certeza que seria diferente 😉
    Já estive tentada com uma tagine, mas ainda não tive a dita "corage" 😊
    Como sempre fotografias de sonho e receita a experimentar, quando a "corage" chegar.
    Beijinhos e havemos de ir à África do Martim Moniz.
    Cláudia

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  3. muito lindo e muito gostoso! :D

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  4. Essa tangine é maravilhosa até na cor!!!
    Adorei!
    Bjoka
    Rita

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  5. Tive o mesmo problema quando fui a Marrocos - tal como tu, adorei, e tal como tu, voltei a chorar pela tajine que lá deixei, que não cabia na mala! :-D Adoro este prato, vou ficar com a receita para experimentar.

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  6. bem estas fotos estão lindas!

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  7. Um post apaixonante, que lindo tudo.
    Adoro as fotos, e essa menina tagine. E também tenho o sonho de ir a Marrocos.
    Há uns 5 ou 6 destinos que gostava mesmo de fazer e sei que ia adorar, mas para já vou sonhando.
    Um beijinho.

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  8. Essa tagine Le Creuset é a tua cara :) linda! Adoro os pratos que cozinhas... este então ficou mesmo TOP! Parabéns!
    Bjinhoos

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  9. Eu sei que não estou a acrescentar nada de novo, mas tenho mesmo de dizer isto:As fotos estão fabulosas!
    Adoro tagines e tenho uma original com base para colocar o carvão ( que nunca usei) vantagens de viajar de carro.

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  10. Que lindo post!
    Quanto à receita... uma maravilha...e as fotos estão lindas!
    Beijinhos!

    Sílvia

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  11. Adorei o post e as fotos! Nem de propósito, tenho uma receita fotografada com tajine, vou publicar em breve (as fotos não estão tão lindas assim). O meu marido foi numa viagem fotográfica a Marrocos recentemente e trouxe-me uma tajine, este fim-de-semana estreamos :) É o máximo!

    Bem, mas voltando a Marrocos, eu ainda só fui a Ceuta que não se pode considerar Marrocos à séria, mas quero ir, e agora com as fotos que ele trouxe ainda fiquei mais curiosa! Acerca das viagens, não posso dizer que seja como tu, eu adoro viajar e palmilhar cidades novas! Por mim, passava mesmo um ano a viajar pelo mundo!

    Parabéns por este post que nos faz transportar para outro país! Bjinhos

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  12. Olá Marmita,

    bem, realmente a tagine é qualquer coisa... mesmo linda...
    Aliás, como as receitas e as fotos que aqui colocas. Fico sempre a salivar ;)
    Um beijinho e continua sempre a viajar pelos sabores do mundo

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  13. Ai Marmita essa tagine é linda, também quero uma!!!!
    No aspecto das viagens, sou como tu: prefiro ir várias vezes a determinados países, que amo, do que ir a outros que não me dizem nada só para carimbar o passaport. E assumo-me como uma europeia inveterada: ainda me falta viajar para alguns destinos do sul da europa mas já estou de olhos posto lá no norte, nas terras lindas do sol da meia noite :)

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  14. Palavras para quê! Adorei tudo aqui, a tagine da Le Creuset que é linda de morrer, as imagens tão lindas e tão tuas e a receita em si que deve ser deliciosa demais. Fiquei com vontade de experimentar!
    Nunca fui a Marrocos e sinceramente é dos destinos que não tenho muita curiosidade de conhecer, mas existe algo na gastronomia deles que me fascina. Algo que tem vindo a crescer desde que te conheci e acompanho o teu blog. ;)
    Um beijinho.

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  15. Que maravilha de fotos!
    Marracos é uma daquelas viagens que eu adoraria fazer.
    Essa tagine é linda... aliás a marca Le cReuset tem peças fantásticas! Dó é pena serem tão caras...

    Adorei a receita devido à combinação de ingredientes que me pareceu ser tão boa!

    um beijinho

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  16. Marrocos é sem dúvida um destino que espero conhecer brevemente. Estou a fazer planos qpara que seja no próximo ano. Até lá desfruto deste post fantástico. Fotos lindas, Tagine ainda mais linda...
    Já ando algum tempo para experimentar Ras el Hanout, tenho alguma curiosidade.

    Parabéns!

    Beijinho

    Ana Matos

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  17. Fui a Marrocos neste verão. Fiquei de voltar, gostei de tudo, das cores, do cheiro, da luz... e da comida ;)
    Não trouxe nenhuma tagine, as que vi não me encheram os olhos, ficou para a próxima. Já tinha andado a ver esta e uma no ikea, claro que não se comparam, na qualidade e preço... Achas mesmo que vale a pena cozinhar numa tagine, o efeito não é semelhante numa panela de ferro fundido com tampa com picos para poder condensar o vapor e pingar sobre a comida? (é que esta eu tenho)

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  18. Adorei simplesmente, muito bem documentada a receita com fotos de elevada qualidade, muita cor e arte, quero provar......
    beijinho.
    Carla

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  19. Como sabes,
    li este teu post no aeroporto, enquanto estava à espera do avião para Lisboa e amei de imediato.
    Amei a tagine, a sua cor, que é a minha preferida, formato e conteúdo. Esse livro não tenho, mas anda a tentar-me há uns tempos.
    Nunca fui a Marrocos, mas imagino-o enigmático e cheio de mistérios, aromas e cores, tal como esta tua tagine.
    Um beijinho grande,
    Lia.

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